O mar é tema recorrente no cancioneiro, como já demonstrava meu conterrâneo Caymmi. Isto posto, nada mais líquido e certo que seus componentes também estivessem relatados na musica contemporânea, como é o caso em especial da onda. No Brasil temos desde a obra-prima de Lulu Santos, “Como uma onda no mar”, até a eterna abertura de novela de Manoel Carlos, “Wave”, passando pelos vários usos de onda no vernáculo em “tá tirando onda, tá tirando ondinha” e “tirando onda, cheio de marra, achando que eu vou perdoar”.
Ao redor do mundo não poderia ser diferente, a começar pela primeira música apresentada pelo Invasões, na semana da Alemanha. Trata-se da canção “Perfekte Welle” (onda perfeita) da banda Juli, que chegou a deixar de ser executada nas rádios durante a época do Tsunami. Já na Croácia, praia dos italianos, tivemos a Novi Val, desdobramento e tradução local do movimento New Wave que foi responsável pela aparição de várias bandas de rock e seus subgêneros. Ainda no país acima, apesar de a menção à onda não ser explícita, destacamos também a banda de surf rock The Bambi Molesters, que produz sucessos como a versão malagueña presente na abertura da novela brasileira Bang Bang.
Foi a onda também que inspirou o primeiro quadro Conversões em nosso programa semanal, com os versos de Luan e Vanessa “O seu nome eu escrevi na areia, a onda do mar apagou”. Na verdade a palavra onda aparece apenas na versão brasileira (que não é da Herbert Ritchers). Nem na original “Sealed with a kiss”, nem na francesa “Derniers baisers”, muito menos na alemã “Einen sommer lang” encontramos menção à onda; já o verão é comum a todas as letras.
E chega de tirar onda por hoje (e ontem).