Turbo-folk. Um nome que surgiu como uma brincadeira e a união de duas palavras um tanto conflitantes: turbo e folk. Modernidade somada ao antigo e folclórico, um termo cunhado para designar um ritmo nascido na Sérvia. O seu autor, um tal de Rambo, fez questão de dizer que se arrependeu um pouco do filho que criou.
O rótulo turbo-folk precisou de alguns anos para grudar. Alguns sucessos na década de 90 marcam o nascimento do ritmo. Antes disso já existiam canções identificadas como música folclórica comercial e na prática fica difícil estabelecer o seu início exato. A sonoridade se assemelha ao pop ocidental, mas é fruto de uma grande mistura que inclui influências de outros ritmos do leste europeu, além de elementos românicos, gregos, turcos e música eletrônica. Se bem que para os ouvidos brasileiros o estilo se parece mesmo com o Calypso.
O turbo-folk recebe criticas que vem de vários lados. Muitos reclamam da valorização do corpo e erotização presente nas letras e na postura dos próprios cantores. Outros destacam também a apologia à violência. Elementos que podem ser facilmente encontrados em outras vertentes musicais como por exemplo o rap norte-americano.
Mas a polêmica mais séria envolvendo o ritmo está relacionada à política. A cantora Ceca (foto), um dos grandes nomes do Turbo-folk, foi casada com Arkan, líder paramilitar sérvio acusado de inumeros crimes durante a guerra que varreu a antiga Iugoslávia na década de 90. A verdade é que o ritmo permanece popular até hoje.
Com o apoio da Pink TV, emissora local, o turbo-folk cresceu. Mas para a esquerda do país o ritmo além de ser considerado vulgar e de mau gosto carregava também a ideologia do nacionalismo sérvio. Muitas suspeitas em torno de um possível favorecimento dos artistas do turbo-folk durante o governo Milosevic foram levantados. Bem, o fato que é o turbo-folk segue bem popular não só na Sérvia, mas também nos outros países que formavam a antiga Iugoslávia.